terça-feira, 14 de abril de 2009

Um bom dia

Eu adoro viajar. E, quando viajo, adoro tirar fotos. Fotos dos lugares aonde vou, mas sempre com minha esposa, minha família ou meus amigos nelas. O que mais me encanta em uma foto tirada, é revê-la e perceber que as pessoas que estão nela sorriem. Sorriem de verdade, não apenas um "sorriso pra foto". Talvez por isso, quando eu vou tirar uma foto eu gosto de fazer uma brincadeira. Algo que faça as pessoas sorrirem, rirem. O sorriso registrado em uma foto é fantástico. É um momento de felicidade para sempre. Imaginem, a pessoa que está na foto, naquele momento, é feliz pra sempre. Pra sempre. A maioria das minhas fotos são com ou da minha esposa. E eu adoro vê-la sorrir. Adoro fazê-la sorrir. Eu adoro minha esposa.

sábado, 11 de abril de 2009

Nem sempre o mais fácil é o melhor

As pessoas confundem as coisas fáceis com as coisas boas. Volta e meia eu ouço sobre as dificuldades da vida. Reclamam demais. Fácil? Esses dias estava a comentar com minha esposa que seria mais fácil se eu fosse solteiro. Só precisaria me preocupar com meus compromissos, meus gastos, meus problemas. Mas não seria bom. Poderia, por exemplo, viajar mais, mas sozinho. Poderia me preocupar menos, mas não teria ninguém para me ajudar a pensar e resolver minhas angústias. É, para mim, sem dúvida melhor estar casado. Eu disse isso pra ela. Eu vivo conforme o que é melhor. E geralmente o melhor caminho não é o mais fácil.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Grosseria

Eu nem sempre sou gentil. Um tempo atrás eu quase nunca era gentil. Mas fui mudando e, conforme diz o Paulo josé, descobri que gentileza gera gentileza. Então me propus a sorrir mais, mesmo frente às adversidades. Mesmo que fosse um sorriso sarcástico, irônico. Mas sem grosseria, sem agressão. Então minha vida melhorou deveras. Me incomodo menos desde então.
Mas nem sempre eu consigo. Por vezes eu sou ríspido e áspero. Me recriminio depois, mas não consegui mudar totalmente ainda. Evitar esses momentos é necessário. Estamos cercados de pessoas grosseiras e a única maneira de mudar isso é começando pela gente. Mas é difícil. Gente que não paga imposto, gente que não respeita leis ou regras. Isso eu ainda não consigo tolerar. E talvez nem deva.

O Dunga!

Acabei de encontrar o Dunga. Da seleção, o capitão do tetra! Pra quem disser que eu estou mentindo eu mostro a foto. Claro, eu mais que rápido saquei o celular e tirei uma foto com ele. Pra posteridade. Pô o Dunga! A minha copa foi a de 94. Eu vibrei bem mais naquele ano que em 2002. Acho que em 2002 eu já estava decepcionado com o futebol. Quer dizer, eu ainda torço, vibro, e, apesar de não compreender, sofro. Nunca entendi o porquê. Mas diminuiu muito minha paixão. Na minha adolescência eu sonhava com meu time virando o jogo nas vezes que ele perdia. Eu chorava, me doía o peito. Hoje não dói tanto, é só um incômodo. Mas o Dunga cara! O capitão do tetra. Eu que era tosco no campo me identificava com ele. Eu não tinha técnica então meu ídolo a nível nacional era ele. Depois foi o Rivarolla. Mas esse eu ainda não encontrei.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Agora Manuela

"Então te inscreveste na matemática?" - perguntou Manuela. Te inscreveste? Ora só por ter passado pra medicina a guria se achava. Niguém falava "te inscreveste"! Te inscreveu, ora bolas!
Que coisa. Érico estava um pouco magoado. Mas Manuela não fazia por mal. Sempre falou assim. E agora na faculdade de medicina ia certamente se afastar cada vez mais de Érico. Ele era secretamente apaixonado pela guria, desde o primeiro grau. Mas agora, ela iria encontrar um playboyzinho da medicina e ele ia bailar mesmo. Sozinho. Pela primeira vez entristeceu-se ao vê-la. Tudo isso passou pela sua cabeça em átimos de segundo. Ele achava que pensava muito rápido. E pensava muito. Nunca agia sem pensar. Era prudente, até demais. Talvez por isso nunca tinha "chegado" nela. Mas ia ser agora. Afastou o sentimento de desprezo que sentira, afastou o medo e a tristeza e disse:
- Me inscrevi sim, e tu "chegaste" de Fortaleza quando?
Aha! Ele sabia falar bonito! Que que ela tava pensando? E fitou-a nos olhos aguardando a resposta.
- Cheguei semana passada, cansei do carnaval de lá. É muita baixaria. Não gosto. Gosto de ficar aqui com os amigos.
Amigos? Quem queria ser amigo daquela gata? Só se fossem "as amigas". Amigos da onça. Bem, que nem ele, pensou.
- Pô... - Pô? Pensou. Ele não era o Jovem do Chico Anísio pra falar pô. Mas foi em frente.
- Podíamos marcar de sair amanhã, tipo na Goethe pra conversar mais. Aqui de pé não tem nada a ver...
Voltou a usar um monte de gírias. Aquilo lhe deixou mal. Tinha que ler mais, treinar mais o vocabulário.
- Amanhã não posso, meu pai vai lá em casa nos buscar pra sair. Mas me liga! Tchau!
- Tchau...
Caralho. Foi essa palavra que lhe veio a cabeça. Só a palavra, não a imagem! Que merda. Tinha botado tudo a perder. Deveria ter tentado agarrar ela ali mesmo no meio da rua. Não. Não sabia o quê deveria ter feito. Por que não tinha um manual pra isso? Por que seus amigos que "pegavam" grias não lhe ensinavam como fazer? Porra, deveria ser uma coisa inerente. Inerente. nem lembrava que conhecia essa palavra.

Manuela...

Manuela era uma colega dos tempos de colégio. Veraneava em Fortaleza, tinha família lá. Érico estranhou encontrá-la em pleno Fevereiro ainda em Porto Alegre. Cumprimentou-a e questionou o que fazia ali sozinha. Ela era pequenina, tinha cerca de um metro e meio, mas era bonita, com um belas pernas e seios do tamanho certo. Érico também não era grande, mas se achava do alto dos seus 1,73m. Medidos no quartel, quando fora dispensado por excesso de contingente. Pensou até em ser soldado, afinal tinha passado em Matemática como segunda opção do vestibular, queria mesmo era ser jornalista. Então depois da dispensa, se inscreveu no curso e ia ver o que que dava. As aulas começavam em março, e a federal lhe causava algum medo. Seus professores do colégio sempre diziam, que na faculdade não teria mais amigos, que os mestres de lá seriam mais severos, beirando o sadismo. Érico tinha medo.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Tramandaí

Pasárgada. "Vou-me embora pra Pasárgada, lá sou amigo do rei, tenho a mulher que quero na cama que escolherei..."
Tem um lugar no mundo que eu invariavelmente sou feliz. Não quero dizer que eu tenha sido ou seja infeliz em algum outro momento, mas esse sempre foi um lugar especial. Alguns se surpreenderão com o que eu vou dizer, demerecerão minha escolha, mas a faço mesmo assim. Tramandaí. Tal qual Pasárgada, lá eu sempre fui amigo do rei. Lá sempre fui dono do meu nariz. Infância, pré adolescência, adolescência, colégio, faculdade, e agora. Muitas, a maioria, das minhas melhores lembranças estão lá. Com a minha família de sangue, com aquela que viria e é a minha família de alma, com meus amigos, com conhecidos, com desconhecidos. É no mínimo curioso o sentimento que me toma quando eu vou para lá. Já no caminho, na Free Way, eu começo a sentir uma felicidade, uma paz, uma expectativa. E nunca fui frustrado, sempre estava lá a minha praia. De uma maneira ou de outra. Com sol ou com chuva. Nos aúreos tempos de capital das praias, e em outros nem tanto gloriosos. Enfim. Tramandaí. Praia que me quis assim, tão simplesmente assim... Nunca me abandonaste, nunca te abandonarei.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Erico e as ruas de Porto Alegre

Erico ia só pela perimetral. Era domingo e o corredor de ônibus ficava livre para pedestres e ciclistas. "Vou comprar uma bicicleta", pensava. Mas logo afastava a idéia, julgando ser mais seguro correr.
Erico gostava de correr, mas não tinha companhia fixa. Isso lhe fazia falta. Alguns amigos chegaram a lhe acompanhar por meses mas desistiram. Lhe fazia falta a conversa, a troca de experiências. Desde piá gostava de conversar. Uma vez, em um verão passado, chegou a gravar várias conversas, ou "entrevistas" como ele chamaria na época, em um gravador antigo, de fita cassete. Tinha então uns 10 anos ou menos. O fato é que era um conversador. Confiava nas pessoas e lhes inspirava confiança. E seguia correndo.
Nem viu quando o Escort XR3 amarelo passou por ele e buzinou. Eram alguns conhecidos da praia, que moravam em São Sebastião do Caí e passavam as férias em Tramandaí. Mas isso só ficou sabendo depois. Depois que encontrou a Manuela.

Vou começar um "Folhetim"

Vou tentar começar um folhetim. Quem quiser me acompanhar e me ajudar no destino da história, por favor se manifeste!

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Tempo

Cá estou eu de novo. Andei notando que o tempo tem passado mais devagar. Talvez por estar esperando ansiosamente que alguém leia o que eu escrevo no blog. Sei lá.

domingo, 25 de janeiro de 2009

O Medo e a Culpa

Eu tenho um amigo que vai se mudar. Pra longe. Estou com aquela sensação infantil, de quando acabavam as férias e todos teus amigos da praia iam para suas casas. Mas não vou perder o contato, inclusive quero continuar a fazê-lo até por meio deste blog.
Mas me lembrei dele agora, no meio do meu plantão, em virtude de duas coisas: o Medo e a Culpa. Durante a faculdade formulamos, eu e ele, a teoria que tudo era regido por esses dois sentimentos. Muitos me contradisseram, me criticaram e até me deram fortes argumentos contra a nossa tese. Mas o fato é que volta e meia eu me deparo com situações que só podem ser explicadas pelo medo e a culpa. Até pode haver diferentes manifestações, mas o cerne, o âmago do problema, sempre está relacionado com algum temor, ou com o sentimento de culpa. Às vezes temos dificuldade para começar um relacionamento - muitas vezes é o medo da rejeição que nos atrapalha. Outras vezes não conseguimos acabar com uma relação - a culpa que sentimos por magoar a pessoa em questão nos perturba. E assim seguimos em várias situações. Eu sempre acabo achando uma ou outra ocasião para exemplificar. É amigo, é copa do mundo...

domingo, 18 de janeiro de 2009

Hiiii...

Tem um amigo meu que faz "hiiiii". Sabe, do tipo quando uma coisa não vai dar certo, ou já não deu certo. Eu lembro que nós estávamos em uma aula de ecografia no início da faculdade e nosso professor pediu um voluntário para submeter-se a um exame simulado.
Então uma colega nossa se ofereceu (as gurias sempre são mais prestativas pra essas coisas), deitou-se na maca e o professor começou a mostrar os tipos de transdutores que existiam. Saca o transdutor? É aquele aparelhinho que o médico encosta na nossa barriga ou outra parte do corpo, sempre com um pouco de gel, para visualizar a imagem na tela do ecógrafo. Pois bem, existe um sem número de transdutores, e ele começou a mostrar um por um e foi utilizando na guria que estava ali deitada. Um pra ver órgãos abdominais, outro pra ver o coração, o que se usa pra ver tireóide e aí a fora. A aulinha prática ia bem, todo mundo atento e curioso, os alunos quietos.
Esse meu amigo estava lá entre os alunos e de repente o professor pegou um transdutor cilíndrico um tanto comprido e disse: "Esse é o transdutor TRANS-VAGINAL."
Pois não deu outra, na mesma hora meu amigo pronunciou um enfático e sonoro "Hiiiii". E todo mundo caiu na gargalhada. Claro que ninguém ia usar aquele aparelho na guria, mas sabe-se lá o que se passa nas cabeças das pessoas... hehehehee...
Eu só sei que incorporei o tal do "hiiii", e toda hora que algo ou alguma coisa está estranha eu faço hiiiii....

No aguardo

Pelo visto meu blog não fez muito sucesso. Tudo bem, não tem uma semana que eu comecei a escrever, mas admiti que estou um pouco frustrado. Sei lá esperava que logo aparecessem pesoas interessadas em ler, comentar, dar sugestões.
Vou continuar, até quando ainda não sei, mas vou continuar.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

O Fim da Várzea

Acho que comecei meu blog meio tímido e me esqueci de explicar algumas coisas. O nome do blog, por exemplo. Várias vezes na vida nos deparamos com uma situação de chinelagem extrema, de bagaceirice total. Daí decretamos "é o fim da várzea". Ou seja, não pode piorar, a situação não pode ficar mais feia. Daí o nome do blog. Na verdade eu vou usar esse espaço para desabafar, e para ouvir os desabafos alheios. Me ajudem, me ensinem, e, se quiserem, aprendam comigo.

Os Escravos de Jó

“Fui eu quem libertou os Escravos de Jó, com a permissão do mesmo, e os livrou do terrível fado de viver jogando Caxangá. Eu fiz parte do navio de Odisseu, e escondido cheguei a Tróia dentro do cavalo. Eu detetizei o Egito, acabando com as Sete pragas. E por falar em Sete, eu não descobri nenhum dos Sete Mares, mas após cruzá-los fui eu quem os numerou. Ainda sobre sete, fui que quem diagnosticou a Acondroplasia dos Sete anões.”
Com esse discurso Jeremias se apresentou à platéia que, calada, surpreendia-se com a loucura e eloqüência do estranho que havia invadido o palco do Saguão. Alessandro tentara impedir, mas não havia sido convincente, nem tinha a força necessária para segurar os noventa quilos de ímpeto audaz do locutor. Matias bebera muito e até havia apoiado a idéia de Jeremias se apresentar como fez. Matias era um bom amigo, mas às vezes bebia em demasia. Alessandro já quase desistia de ajudar aquelas almas atormentadas, mas não conseguia abandoná-las. Mateus, quase homônimo de Matheus, seguia observando atrapalhado com as mãos, que não cabiam no bolso e batiam em tudo mais a sua volta. Já o outro, Matheus, havia abandonado a turba e dizia não ter nada a ver com aquilo. Mauro quieto observava tudo com sofrimento, sabia que devia sair, mas não deixava jamais seus amigos. Pascoal só tinha em comum com a Páscoa a semelhança com um coelho tarado sem um mínimo de contenção no que dizia respeito ao sexo. E Fabrício a tudo assistia e a todos apoiava, mas vivia outra realidade, era protegido por algo a mais. A barafunda estava formada e todos estavam dentro dela. De feios e loucos era formada a esquadra, que partiria para o além Mar, em busca da Solução, da Mulher perfeita, da Panacéia Universal, do Velocino de Ouro, da Pedra Filosofal, da Palavra Maior, do Horizonte...

Escritos

Pois bem. Como eu tinha dito antes, vou começar a publicar alguns "escritos" meus. No próximo post coloco um que eu escrevi quando era doutorando.


Esse daí em cima é o "The Awakening" uma escultura que está em Washington se eu não me engano. O fato é que eu vi essa escultura uma vez em um jornal do CREMERS, daí fui obrigado a recortar e guardar comigo. Eu era doutorando e as vezes me sentia assim, meio que soterrado, meio atrapalhado, meio preso. Nessa época eu tive um cálculo renal, ou melhor, eu "expeli", "urinei", um cálculo. Doeu pra caramba. Mas passou a dor, como toda dor que a gente sente. O ser humano é incrível, se acostuma com tudo, até com a dor.

O Começo

Nunca tinha pensado em esrever um blog. Em escrever já tinha pensado. Escrevi muito e ainda escrevo um pouco, mas nunca tive um diário ou coisa parecida. Aí um dia um amigo meu, lendo as coisas que tinha escrito, começou a dizer que ia me agenciar, publicar um livro, essas coisas de amigo. Mas, sei lá, passei a ter vontade de dividir com mais gente as minhas impressões, meus contos. Daí resolvi fazer um blog. Ainda estou me familiarizando com essa idéia e com as possibilidades do blog, mas vou tentar começar.

Flavio Heleno