domingo, 25 de janeiro de 2009

O Medo e a Culpa

Eu tenho um amigo que vai se mudar. Pra longe. Estou com aquela sensação infantil, de quando acabavam as férias e todos teus amigos da praia iam para suas casas. Mas não vou perder o contato, inclusive quero continuar a fazê-lo até por meio deste blog.
Mas me lembrei dele agora, no meio do meu plantão, em virtude de duas coisas: o Medo e a Culpa. Durante a faculdade formulamos, eu e ele, a teoria que tudo era regido por esses dois sentimentos. Muitos me contradisseram, me criticaram e até me deram fortes argumentos contra a nossa tese. Mas o fato é que volta e meia eu me deparo com situações que só podem ser explicadas pelo medo e a culpa. Até pode haver diferentes manifestações, mas o cerne, o âmago do problema, sempre está relacionado com algum temor, ou com o sentimento de culpa. Às vezes temos dificuldade para começar um relacionamento - muitas vezes é o medo da rejeição que nos atrapalha. Outras vezes não conseguimos acabar com uma relação - a culpa que sentimos por magoar a pessoa em questão nos perturba. E assim seguimos em várias situações. Eu sempre acabo achando uma ou outra ocasião para exemplificar. É amigo, é copa do mundo...

domingo, 18 de janeiro de 2009

Hiiii...

Tem um amigo meu que faz "hiiiii". Sabe, do tipo quando uma coisa não vai dar certo, ou já não deu certo. Eu lembro que nós estávamos em uma aula de ecografia no início da faculdade e nosso professor pediu um voluntário para submeter-se a um exame simulado.
Então uma colega nossa se ofereceu (as gurias sempre são mais prestativas pra essas coisas), deitou-se na maca e o professor começou a mostrar os tipos de transdutores que existiam. Saca o transdutor? É aquele aparelhinho que o médico encosta na nossa barriga ou outra parte do corpo, sempre com um pouco de gel, para visualizar a imagem na tela do ecógrafo. Pois bem, existe um sem número de transdutores, e ele começou a mostrar um por um e foi utilizando na guria que estava ali deitada. Um pra ver órgãos abdominais, outro pra ver o coração, o que se usa pra ver tireóide e aí a fora. A aulinha prática ia bem, todo mundo atento e curioso, os alunos quietos.
Esse meu amigo estava lá entre os alunos e de repente o professor pegou um transdutor cilíndrico um tanto comprido e disse: "Esse é o transdutor TRANS-VAGINAL."
Pois não deu outra, na mesma hora meu amigo pronunciou um enfático e sonoro "Hiiiii". E todo mundo caiu na gargalhada. Claro que ninguém ia usar aquele aparelho na guria, mas sabe-se lá o que se passa nas cabeças das pessoas... hehehehee...
Eu só sei que incorporei o tal do "hiiii", e toda hora que algo ou alguma coisa está estranha eu faço hiiiii....

No aguardo

Pelo visto meu blog não fez muito sucesso. Tudo bem, não tem uma semana que eu comecei a escrever, mas admiti que estou um pouco frustrado. Sei lá esperava que logo aparecessem pesoas interessadas em ler, comentar, dar sugestões.
Vou continuar, até quando ainda não sei, mas vou continuar.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

O Fim da Várzea

Acho que comecei meu blog meio tímido e me esqueci de explicar algumas coisas. O nome do blog, por exemplo. Várias vezes na vida nos deparamos com uma situação de chinelagem extrema, de bagaceirice total. Daí decretamos "é o fim da várzea". Ou seja, não pode piorar, a situação não pode ficar mais feia. Daí o nome do blog. Na verdade eu vou usar esse espaço para desabafar, e para ouvir os desabafos alheios. Me ajudem, me ensinem, e, se quiserem, aprendam comigo.

Os Escravos de Jó

“Fui eu quem libertou os Escravos de Jó, com a permissão do mesmo, e os livrou do terrível fado de viver jogando Caxangá. Eu fiz parte do navio de Odisseu, e escondido cheguei a Tróia dentro do cavalo. Eu detetizei o Egito, acabando com as Sete pragas. E por falar em Sete, eu não descobri nenhum dos Sete Mares, mas após cruzá-los fui eu quem os numerou. Ainda sobre sete, fui que quem diagnosticou a Acondroplasia dos Sete anões.”
Com esse discurso Jeremias se apresentou à platéia que, calada, surpreendia-se com a loucura e eloqüência do estranho que havia invadido o palco do Saguão. Alessandro tentara impedir, mas não havia sido convincente, nem tinha a força necessária para segurar os noventa quilos de ímpeto audaz do locutor. Matias bebera muito e até havia apoiado a idéia de Jeremias se apresentar como fez. Matias era um bom amigo, mas às vezes bebia em demasia. Alessandro já quase desistia de ajudar aquelas almas atormentadas, mas não conseguia abandoná-las. Mateus, quase homônimo de Matheus, seguia observando atrapalhado com as mãos, que não cabiam no bolso e batiam em tudo mais a sua volta. Já o outro, Matheus, havia abandonado a turba e dizia não ter nada a ver com aquilo. Mauro quieto observava tudo com sofrimento, sabia que devia sair, mas não deixava jamais seus amigos. Pascoal só tinha em comum com a Páscoa a semelhança com um coelho tarado sem um mínimo de contenção no que dizia respeito ao sexo. E Fabrício a tudo assistia e a todos apoiava, mas vivia outra realidade, era protegido por algo a mais. A barafunda estava formada e todos estavam dentro dela. De feios e loucos era formada a esquadra, que partiria para o além Mar, em busca da Solução, da Mulher perfeita, da Panacéia Universal, do Velocino de Ouro, da Pedra Filosofal, da Palavra Maior, do Horizonte...

Escritos

Pois bem. Como eu tinha dito antes, vou começar a publicar alguns "escritos" meus. No próximo post coloco um que eu escrevi quando era doutorando.


Esse daí em cima é o "The Awakening" uma escultura que está em Washington se eu não me engano. O fato é que eu vi essa escultura uma vez em um jornal do CREMERS, daí fui obrigado a recortar e guardar comigo. Eu era doutorando e as vezes me sentia assim, meio que soterrado, meio atrapalhado, meio preso. Nessa época eu tive um cálculo renal, ou melhor, eu "expeli", "urinei", um cálculo. Doeu pra caramba. Mas passou a dor, como toda dor que a gente sente. O ser humano é incrível, se acostuma com tudo, até com a dor.

O Começo

Nunca tinha pensado em esrever um blog. Em escrever já tinha pensado. Escrevi muito e ainda escrevo um pouco, mas nunca tive um diário ou coisa parecida. Aí um dia um amigo meu, lendo as coisas que tinha escrito, começou a dizer que ia me agenciar, publicar um livro, essas coisas de amigo. Mas, sei lá, passei a ter vontade de dividir com mais gente as minhas impressões, meus contos. Daí resolvi fazer um blog. Ainda estou me familiarizando com essa idéia e com as possibilidades do blog, mas vou tentar começar.

Flavio Heleno